Jânio César Martins Filho, fisioterapeuta, participou do Programa de Formação Extracurricular do Hospital Sarah Kubitschek (980h), cumprindo integralmente a carga horária. Ao concluir o programa, no início de março de 2025, iniciou a Residência em Traumatologia e Ortopedia da ESP/CE. Durante essa experiência, teve contato direto com pacientes submetidos à Estimulação Cerebral Profunda (DBS), despertando seu interesse em pesquisa. Esse envolvimento levou ao desenvolvimento de seu trabalho de conclusão acadêmica, que foi apresentado na XVI Jornada Científica Sarah Fortaleza (2024) e no 14º Congresso Internacional de Fisioterapia. O estudo investigou o impacto da DBS na Doença de Parkinson, e a seguir segue o resumo expandido do trabalho, detalhando metodologia, resultados e conclusões.
Resumo expandido do trabalho:
O Parkinsonismo idiopático, foco deste estudo, é a forma mais comum, presente em 78% dos pacientes, caracterizando-se pela degeneração progressiva da dopamina no mesencéfalo, afetando a modulação do movimento. O tratamento medicamentoso é fundamental, mas a longo prazo, o uso de L-dopa pode causar discinesias graves ou redução progressiva da eficácia, sendo a Estimulação Cerebral Profunda (DBS) indicada nos casos avançados. Os principais alvos são o núcleo subtalâmico (STN), o globo pálido interno (GPi) e o núcleo pedunculopontino (PPN), com escolha do alvo dependendo do perfil de sintomas do paciente.
A DBS é um procedimento recente e ainda escassamente estudado quanto aos efeitos em sintomas não motores, podendo influenciar equilíbrio, humor, cognição e comportamentos. Para avaliação dos sintomas motores, utiliza-se a MDS-UPDRS III, enquanto o estadiamento de Hoehn e Yahr classifica a progressão da doença.
Resultados
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Kanh et al. (2019): 57 pacientes (Hoehn-Yahr médio 2,9) tiveram redução de 42% na dose diária de levodopa e melhora de 48–54% nos sintomas motores após DBS do núcleo subtalâmico.
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Zhang et al. (2021): Pacientes em estágio avançado (Hoehn-Yahr 4–5) apresentaram redução de 50% na medicação e melhora de 43% nos sintomas motores incapacitantes após DBS, mostrando eficácia em fases avançadas.
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Roper et al. (2016): Meta-análise de 27 ensaios clínicos mostrou aumento significativo na velocidade da marcha (80–110%) após DBS, independente do estado ON/OFF da medicação.
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Lee e Pak (2023): Comparação entre Parkinson de início jovem e tardio mostrou eficácia similar da DBS na pontuação da UPDRS III, sem diferenças estatisticamente significativas.






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